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Construtivismo - parte II

Obras consultadas:
  • Construtivismo - George Rickey
  • Teorias da Arte Moderna - H.B.Chipp
  • Arte Abstrata - Mel Gooding
  • Imagens: contídas nos livros e pesquisas Google
Continuação do Construtivismo - parte l
Mesquita do mausoléu de Shikh Safi - Ardebil (اردبیل,) - Irão
Não se tratava porém nem de arte folclórica nem de decoração tradicionalista dos pintores de tabuletas. Possuíam um vocabulário de imagens, tais como círculo, quadrado, losango, tabuleiro de damas, chave, listas, tramas ornamentais, divisas – o repertório básico da heráldica – que tem sobrevivido extraordinariamente em várias culturas, sendo, na cultura ocidental, considerado domínio dos artesãos. Esse vocabulário foi transmitido independentemente do fluxo e refluxo das escolas de “belas artes”.
Frank Lloyd Wright - 1912
Por exemplo, os vitrais do arquiteto americano percursor da arquitetura moderna nos EUA, Frank Lloyd Wright para o playground de Coonley em Riverside, estado de Llinois, foram realizados em 1912, portanto cinco anos antes de Mondrian chegar à mesma formulação com telas e tintas. Foi apenas em nossa época que a neutralidade em si, o auto-anulamento característico das práticas artesanais, tornou-se um princípio estético próprio a um grupo significativo de artistas.
O uso consciente das formas geométricas foi introduzido na arte do século XX com a famosa frase de Cézannetrate a natureza por meio do cilindro, da esfera e do cone”, que se tratava de uma fórmula pessoal do artista para representar os objetos da natureza.
Tal afirmação estabeleceu um fundamento lógico para o cubismo, um molde geométrico ao qual as formas da natureza eram submetidas, conservando-se geralmente suas proporções. O construtivismo tem uma grande dívida para com os cubistas, que romperam com o realismo do século XIX.
Pablo Picasso - Garota do Bandolin - 1910
A evolução do cubismo foi rápida. Cinco anos em Paris, 1908 a 1913, bastaram para seu desenvolvimento, incluindo-se aí um desdobramento ideológico no futurismo (a tentativa abortada de acrescentar dimensão temporal à geometria cubista), uma expansão técnica devido à colagem (“pode-se pintar qualquer coisa que cole”), e uma desmaterialização no raciocínio de Mikhail Lanrionov em 1913, (“formas espaciais obtidas pelo cruzamento de raios refletidos de diferentes objetos... percebidos fora do tempo e do espaço... uma sensação do que se pode chamar de “quarta dimensão”) Expulso da Escola Estatal de Arte de Moscou devido ao seu acentuado espírito antiacadêmico.
Larionov - artista russo - Composição raionista nº 8 - 1911
O cubismo foi forte o suficiente para influenciar profundamente o desenvolvimento da arte durante cinquenta anos, atraindo homens importantes e também, experientes: Braque, Picasso, Villon, Laurens, Archipenko, por exemplo, estavam ainda vivos e vigorosamente produtivos em 1962. E continuavam a observar ainda a natureza, após meio século, com lentes cubistas, embora seus estilos não fossem mais o cubismo “puro”.
Contudo, as tradicionais naturezas-mortas haviam sido uma mera desculpa para o estudo da forma, e sobreviventes cubistas como Ben Nicholson, Rufini Tamayo, Wifredo Lam, ou Marinho Marini permaneceram obcecados pelo tema. Outros acharam que o cubismo tornara-se demasiado sensual, demasiado lírico e permissivo. Acreditavam que o objeto, uma vez destronado enquanto tema, deveria ser eliminado. Três declarações feitas em 1912 por alguns dos primeiros artistas convertidos ao cubismo resumem tal pensamento:

  1. ALBERT GLEIZES [1881-1953] “Que o quadro não imite nada, e que exponha abertamente sua raison d’être.”
  2. MORGAN RUSSEL [1886-1953] “O fato de que não há um tema (figura) é proposital, para que outros reinos do espírito sejam glorificados”.
  3. UMBERTO BOCCIONE [1882-1916] “A linha reta é o único meio possível dne alcançar a virgindade primitiva de uma construção arquitetônica nova, feita de massas escultóricas e áreas”.

As pinturas realizadas neste período ilustravam a teoria. O primeiro passo, de Frank Kupka e os Discos simultâneos de Robert Delaunay de 1912 – “[As cores significam] apenas o que de fato é visto – cores em contrastes, dispostas em círculos, em oposição umas às outras".

Frank Kupka - artista checo - O primeiro passo - [The First Step - 1909

 
Robert Delaunay - artista francês - Discos Simultâneos - 1912
 
Giacomo Balla - artista italiano - Interpretação iridescente - 1912

O mundo não figurativo

"Eu me transformei no zero da forma e me puxei para fora do lodaçal sem valor da arte acadêmica . Eu destruí o círculo do horizonte e fugi do círculo de objetos, do anel do horizonte que aprisionou o artista e as formas da natureza. O quadrado não é uma forma subconsciente. É a criação da razão intuitiva. O rosto da nova arte. O quadrado é o infante real, vivo. É o primeiro passo da criação pura da arte.” Kazimir Malevich.
 
Kazimir Malevich- Rússia - Suprematismo 1914/15-
Quadrado Preto sobre fundo Branco

O Suprematismo defendia a supremacia da forma pura, em oposição ao mundo objetivo.

5 comentários:

  1. Boa noite minha querida,
    seu espaço está cada vez mais lindo sabia?
    Estou passando pra dizer que tem um selinho lá na minha galeria de selos que fica na lateral do Alma Poeta.
    Caso queira o selinho é só entrar e pegar ok?
    Beijos.

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  2. É chopin que toca aqui?

    Tudo aqui é tão transbordante às palavras, Meu Deus! Logo as minhas que nunca se calam, nunca se cansam ou acalmam...

    Seu movimento é tão relevante, suas informações tão importantes! Puxa, dificilmente encontro um blog tão ativo em relação à essência arte! Em relação a minha otica dela. Gostei realmente.

    Você foi maravilhosamente indicada por uma amiga, e a indicação foi muito bem feita.

    Agradeço por haver blog o qual visitar, e por onde unir pessoas distantes.

    Abraços Eternos...

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  3. Bom demais estar por aqui e ter tanta arte pra relembrar e reviver.
    Bjins entre sonhos e delírios

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  4. Bom dia..

    lindo seu blogger...

    ainda espero noticias suas .. e uma visita no meu blogger... abraços. .que Jesus ilumine sua vida sempre...e de sua familia

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  5. Que beleza de post, tão abrangente, conseguindo mostrar a evolução da arte durante tantos séculos para chegar à sua forma atual (adorei a mesquita da época timorida em Samarcanda). Acho que o tipo de arte que eclodiu no século XX muito interessante, pois ultrapassou a figuração (perdendo esta função para a fotografia e o cinema) e se tornou completamente livre...e trazendo muitas vezes as linhas geométricas para se expressar, o que adoro.
    Parabéns pelo post!
    Um grande beijo.

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